Muitas recordações deste trajecto que liga o rio á estação do Rossio , encontros e desencontros, os forasteiros e turistas que fui encontrando, os mendingos, e ceguinhos musicos que ladeavam os largos passeios, em que os fotógrafos que passavam aproveitavam a sua inércia para fotografar a mendicidade como imagem de marca da baixa lisboeta.
Os últimos tempos do Jornal o Século, em que a redação dirigida pelo Artur Albarran se reunia nos cafés da rua Augusta.
Tempo que passaram, agora numa baixa de luxo, linda, virada para receber quem nos visita, com a luz de sempre, a melhor do mundo, o contraste do que mostramos e daquilo que somos. Um povo a viver de fachada, da aparência com famílias a penar pela crise, com a economia a lançar duvidas todas as semanas...e um cenário belissímo desde a rotunda do Marquês de Pombal até á beira rio, pessoas felizes, homens estátua que substituem os mendigos, os marialvas que olham para ver se somos turistas a quem possam surripiar as carteiras...mas num cenário de nos encher o orgulho lusitano.
Nesta imagem , captei um fim de semana, tranquilo na Rua Augusta, a luz absolutamente fabulosa, com as ruas limpas como nunca vi, o azul do céu que quando nos falta nos entristece, numa cidade que sempre conheci mas que agora nos surge mais linda do que nunca.